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HERNANDES PEREIRA RADIALISTA E POETA
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SETSARTNOC AD AICARCOMED.

Arierep Sednanreh.

 

    É triste ver-se um senhor                                        

Dizer  a um prefeito, assim:

Dr.Prefeito, me ajude

Que minha  vida está ruim!

E  a resposta:  não posso

- Você  não votou em mim.

 

   É triste uma adolescente

- Mãe solteira! Tão novinha!

Porque pra comprar um chinelo,

Um vestido e uma calcinha

Os pais não tinha dinheiro:

Vendeu a honra; o que tinha!

 

   Que maldade! Uma mulher

Trabalha com tanto apego...

 O patrão assediá-la

E, se ela não der chamego

O seu chefe pra vingar-se

A põe fora do emprego.

 

     É cruel, um pobre pai

Numa cadeia viver!

 Longe do fim da sentença

Quase sem seu povo ver

Só porque roubou um pão

Pra  seu caçula comer.

 

     É triste ser obrigado

Viver passando calote.

Sequestrar pra ter resgate

Vender  droga de” pacote”

Porque não pode estudar

- Ser doutor ou sacerdote...

 

   Que horror  pro cidadão

Quando a miséria  o infesta

Se  pedir,  ninguém lhe dá.

Se A juro, ninguém lhe empresta

E estraga pedindo esmola,

A vergonha que lhe resta.

 

     Uni-se a sociedade

Promove, elege e diploma

Um bloco de ambiciosos

Que conta de tudo toma

E exporta enorme fortuna

E, não deixa que o pobre coma.

 

    Se revestem de escândalos

Desde  o frajola ao perito

No jogo do sim  ou não,

Quem disse, nega o dito.

É difícil um Pais deste

Ter um futuro bonito.

 

    Numa matança sem soma

Morrem os bons,ficam os vândalos

É COMO REGAR ESPINHOS

Onde cresceriam sândalos .

Creio: Deus no Céu, cobre a face

Pra não ver tantos escândalos.

 

     O  trabalhador comum

Com suor paga o que come

Mas o pedinte de votos:

Pede, ganha e se some

Pra não ver  quem o fez grande,

Descalço,nu e com fome...

 

       Quando menos se espera

Há dados extravagantes

Os terrores, os seqüestros.

Ataques de assaltantes.

São desesperos  causados

Por malefícios constantes.

 

    Alô, você que não olha

A  miséria nas cafuas

Deixa postos sem remédios

E sem segurança ás ruas!

Dos males que os pobres sofrem

As culpas são todas suas.