Arierep Sednanreh.
É triste ver-se um senhor
Dizer a um prefeito, assim:
Dr.Prefeito, me ajude
Que minha vida está ruim!
E a resposta: não posso
- Você não votou em mim.
É triste uma adolescente
- Mãe solteira! Tão novinha!
Porque pra comprar um chinelo,
Um vestido e uma calcinha
Os pais não tinha dinheiro:
Vendeu a honra; o que tinha!
Que maldade! Uma mulher
Trabalha com tanto apego...
O patrão assediá-la
E, se ela não der chamego
O seu chefe pra vingar-se
A põe fora do emprego.
É cruel, um pobre pai
Numa cadeia viver!
Longe do fim da sentença
Quase sem seu povo ver
Só porque roubou um pão
Pra seu caçula comer.
É triste ser obrigado
Viver passando calote.
Sequestrar pra ter resgate
Vender droga de” pacote”
Porque não pode estudar
- Ser doutor ou sacerdote...
Que horror pro cidadão
Quando a miséria o infesta
Se pedir, ninguém lhe dá.
Se A juro, ninguém lhe empresta
E estraga pedindo esmola,
A vergonha que lhe resta.
Uni-se a sociedade
Promove, elege e diploma
Um bloco de ambiciosos
Que conta de tudo toma
E exporta enorme fortuna
E, não deixa que o pobre coma.
Se revestem de escândalos
Desde o frajola ao perito
No jogo do sim ou não,
Quem disse, nega o dito.
É difícil um Pais deste
Ter um futuro bonito.
Numa matança sem soma
Morrem os bons,ficam os vândalos
É COMO REGAR ESPINHOS
Onde cresceriam sândalos .
Creio: Deus no Céu, cobre a face
Pra não ver tantos escândalos.
O trabalhador comum
Com suor paga o que come
Mas o pedinte de votos:
Pede, ganha e se some
Pra não ver quem o fez grande,
Descalço,nu e com fome...
Quando menos se espera
Há dados extravagantes
Os terrores, os seqüestros.
Ataques de assaltantes.
São desesperos causados
Por malefícios constantes.
Alô, você que não olha
A miséria nas cafuas
Deixa postos sem remédios
E sem segurança ás ruas!
Dos males que os pobres sofrem
As culpas são todas suas.