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HERNANDES PEREIRA RADIALISTA E POETA
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NA FILA DA EMERGÊNCIA

NA FILA DA EMERGENCIA.

HERNANDES PEREIRA.

 

     A  sua inchada  enferruja

Quando  a seca o persegue

Procura mas não consegue

Um lugar para onde fuja.

Pés descalços, roupa suja

Feito um trapo da existência;

Mascote da  indecência

De um País mau governado

Há muito herói humilhado

Na fila da emergência.

 

     Já sem expressão risonha

O homem do campo, de” nome”

Pede no impulso  da fome

Quase morto de vergonha

Naquela fila medonha

De tanta inconveniência

Recebe como” clemência”

O pão que lhe foi  “tirado”

Há muito herói  humilhado

Na fila da emergência.

 

     Ele, o filho – a mulher bela

Todos num destino opaco

Ninguém  distingue o mais fraco:

Se é ele, o filho ou ela.

Depois  que muito martela

As massas  da consciência

Vai dar sua paciência

Na fila, por um bocado.

Há muito herói humilhado

Na fila da emergência.

 

    Pela falta  da ajuda

Da chuva que não chegou

O agricultou se tornou

Uma pessoa sisuda

Da sua roça se muda

A busca de assistência

Refletindo a decadência

De um herói dominado

Há muito herói humilhado

Na fila  da emergência.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Herói ... Não desses de guerra,

Mas da palma da mão roxa

De cavar pra deixa  frouxa

A aba fixe da serra

Tudo pra tirar da terra

O pão da sobrevivência

Mas tomba na repetência

Das secas  do nosso estado

Há muito herói humilhado

Na fila da emergência.

 

      Não há seca que não deixe

No sertão só a fumaça.

Pro caçador não tem caça

Pro pescador não tem peixe

O lenhador fax o feixe

Mas não acha preferência

Porque em toda residência

Está  o fogão  apagado.

Há muito herói humilhado

Na fila da emergência.

 

      Na fila que alguém controla:

- Um guarda, ou mesmo um sargento

Confere  o  seu documento

Depois  entrega a esmola

Ao receber a sacola

O herói faz continência

E agradece  a presidência

Na pessoa do soldado.

Há muito herói humilhado

Na fila da emergência.

 

     Do agricultor a voz sua

Não chega ao infinito

Deus não escuta o seu grito

E sua aflição continua

Assim, a seca efetua

O clamor da inclemência

E no portão da penitencia

Passa o pobre a ser chamado.

Há muito herói humilhado

Na fila da emergência.

 

 

 

 

 

 

 <img src="https://hernandes.no.comunidades.net/imagens/imagem_138.jpg">