VÍTIMA DA SOLIDÃO
VITIMA DA SOLIDÃO.
Hernandes Pereira.
(1) Espero que eu não te zangue
Ouça com calma, eu te peço
Está em mim, dói no sangue
A ânsia que eu te confesso.
Tenho as pálpebras roxas
Por tantas lágrimas frouxas
Que em minhas faces estão
Da dor cruel aflitiva
Que faz de mim refletiva
Vítima da solidão.
(2) Quanto mais a noite calma
Mais a angústia me aflige
E a solidão na minha alma
Mais um poema redige.
Suponho-a na porta em pé
Mas se há alguém lá ,não é
Você quem está na porta
Porque a ingrata legítima
Não quer nem saber se a vítima
Da solidão está morta.
(3) A solidão me tem feito
Sentir o meu fôlego curto
Muita saudade no peito
Também faz mal – vira surto
Um trauma psicológico,
É obvio, muito lógico
Que abala o coração
E por mais que seja forte
Sente-se a beira da morte
A vítima da solidão.
(4) Distante está sem remorsos
Quem me deixou sem prazeres
Vencido pelos esforços
Sou um dos mais tristes seres.
A solidão debilita,
Interpela – interdita
Sem permitir opção
Quem sofre dela se “trunca”
É muito feliz quem nunca
Foi vítima da solidão.
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